Era um dia como outro qualquer, eu estava no ponto de ônibus, sozinho, sabia que era questão de minutos para que começasse a encher o local. Pouco tempo depois que cheguei, uma moça muito simpática e sorridente olhou para mim e me desejou um bom dia. Fiquei intrigado com a cena, mas rapidamente desejei a ela o mesmo.
Depois daquilo, fiquei pensando comigo quanto tempo fazia
que eu não escutava um bom dia de uma pessoa totalmente estranha na rua e, com
isso, me veio a questão de como estamos individualistas nos dias de hoje.
O individualismo é algo tão humano como respirar e andar,
chega a ser uma forma de defesa, mas, ao mesmo tempo, é também uma forma de
mesquinhez e de falta de empatia. Não é preciso sair muito da cena que
explicitei acima para ver o individualismo no decorrer do dia. Sempre quando
entramos no ônibus, procuramos um lugar vazio para sentar e, depois de escolhido
o confortável lugar, desejamos ao máximo que ninguém se sente ao nosso lado e,
quando nosso plano não dá certo e o “inconveniente” acontece, uma sensação
horrível logo nos toma conta, parece que nossa privacidade foi invadida, que
não foi respeitado o nosso espaço e nos sentimos incomodados.
Uma coisa a se lembrar é que não é só em fatos do dia a dia
que nossa visão individual nos atinge; ela também chega ao campo das nossas
ações para com o próximo.Quando olhamos uma pessoa precisando de ajuda ou
pedindo alguma coisa e não paramos para ajudar ou sequer damos um minuto de
nossa atenção para ouvir o que o outro tem a dizer, já é individualismo. Uma
simples questão de educação e respeito ao próximo poderia fazer qualquer um
tomar uma atitude mais inclusiva para com o igual.
O individualismo mascara uma das coisas que mais deveríamos
preservar no nosso dia a dia, que é o senso de que somos todos iguais, de modo
que a empatia é o sentimento mais valioso que uma pessoa pode preservar como um
de seus valores. Sair da zona de conforto sem pensar que se vai dar trabalho ou
será inconveniente e estender a mão a alguém, desejar um bom dia ou uma boa
noite a um desconhecido, colocar-se no lugar do outro e tentar imaginar a
situação que ele possa estar passando, são atitudes louváveis.
Precisamos parar por um momento em nossas vidas e rever
algumas atitudes que nos permeiam. Eu sei que é fácil falar e muito mais
difícil tomar a atitude devida, mas algo que precisamos rever é a nossa conduta
perante esse individualismo. Sempre que
posso ou vejo que é necessário, reavalio meu individualismo. E você, leitor,
como se encontra seu individualismo?
Pense mais sobre isso e, assim, em um futuro em que as
pessoas são mais reflexivas com seus valores e atitudes, o lado solidário de
cada um terá a chance de aflorar e, por consequência, a humanidade agradecerá.
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